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21 de julho de 2010

MATÉRIA: MUITOS ARTISTAS PARA UMA SÓ GERAÇÃO

O site Diário do Pará fez uma matéria sobre os atuais ídolos dos jovens adolescentes. Na matéria, fãs deram seus depoimentos, namorados e até uma psicóloga. Confira:

Quando Priscilla Gomes, 34, ouviu a filha pedir de presente uma camiseta dos Beatles, levou um susto. “Beatles? Mas você conhece alguma música deles?”. É claro que Luma Gomes, 12, conhecia os garotos de Liverpool. “Todo mundo comentava sobre eles e resolvi baixar algumas músicas. Gostei”, conta a menina. Não que o quarteto esteja no topo da sua lista de ídolos. Nela figuram os maquiados do Green Day, o extinto Oasis e os londrinos de cabelos cuidadosamente desarrumados da banda McFly. Lógico que todos eles vêm depois do onipresente Justin Bieber.

“As meninas gostam dele porque ele é bonito. Ah, e claro, porque canta bem. Você já ouviu ‘One Time’? É a mais legal de todas, bem agitada, boa pra dançar”, diz Luma. Bieber, que nesta semana alcançou o feito de ultrapassar Lady Gaga na lista de vídeos mais assistidos no YouTube e em breve terá sua vida contada em quadrinhos pela produtora Bluewater, se tornou objeto de desejo de dez entre dez garotas. E é justamente por isso que Ovídio Bahia, 17, gostaria que essa fama toda se esgotasse logo.

“Eu detesto o Justin Bieber. Minha namorada adora e eu implico muito com isso. As músicas dele são chatas, grudam na cabeça”, diz. Ovídio não está exagerando. Experimente ouvir o refrão “Baby, baby, baby oooh” por mais de dez vezes – sem que seja necessário repetir a música.

Quando não está às voltas com as pilhas de livros e apostilas do pré-vestibular, o rapaz passa as horas com os fones no ouvido estourando canções que vão de Legião Urbana a Inimigos da HP, de Capital Inicial à já citada McFly. “Eu sou mesmo muito eclético”, ri. “Agora tô ouvindo muito pop-rock, sei tocar no violão e na guitarra. É o que me distrai quando estou muito estressado”, diz.

Mas se quer falar mal do loirinho, não o faça perto de Dandara Freire, 13. “Ah, quem fica falando mal dele deve estar morrendo de inveja do seu sucesso”, defende a garota, entre risos. “Os meninos adoram implicar, só porque ele é lindo. E minha mãe também reclama quando escuto, não gosta. Mas também, ela só curte música antiga, dos anos 80”, exagera.

O interesse pelo jovem cantor surgiu de um vídeo no Youtube: diante de ‘One Time’, Dandara não sossegou. Depois de assistir ao clipe incontáveis vezes, não parou de clicar até que encontrasse e assistisse a todos os outros. “Assisti a todos os vídeos dele que achei na internet e acabei adorando. Pesquisei as letras das canções e vi que eram todas muito bonitas, com sensibilidade”, elogia. A alegria ficou completa quando ela ganhou o CD de uma amiga, como presente de aniversário. Pronto. Dandara passou a querer acompanhar todos os passos do jovem astro. “Sigo o Justin no Twitter e no Facebook. É bacana porque ele sempre posta vídeos, comenta o que fez no final de semana, fala sobre os shows. O dia que ele anunciar que vem para o Brasil, fico com fome e começo a juntar todo o dinheiro do lanche”, ri.

Sabemos que ela não será a única. Dandara e outras dezenas de milhares de adolescentes são prova de que a internet vem criando laços de intimidade até pouco tempo improváveis entre ídolos e fãs.

Ídolo, sim. Mas não por muito tempo

Justin Bieber, Restart, NX Zero, Lady Gaga, Pitty e uma infinidade de CDs, DVDs, revistas, pôsteres, camisetas. No coração e no Ipod de Dandara tem espaço para todo mundo. “Gosto muito de passar o tempo no computador, lendo notícias sobre música e baixando discos. São assuntos que gosto de conversar quando estou com minhas amigas”, conta.

FASE
Para a psicóloga Niamey Granhen, eleger modelos é próprio da idade, mas é inegável que a relação do jovem com o espaço virtual vem redefinindo a “fabricação” desses ídolos. “A idealização e a tendência grupal – que é a necessidade de pertencimento – são duas das características mais marcantes da adolescência. Se está na internet, tem um índice significativo de aprovação dos demais, o jovem quer fazer parte daquilo. Ao adolescente, importa muito ser popular”, explica. Para a especialista, a própria velocidade do fluxo de informações também determina a “validade”, o tempo de duração dessas novas celebridades.

“Antigamente, as mídias representavam um fluxo mais lento, hoje é tudo extremamente instantâneo. Assim como é veloz a adesão, toda a dinâmica também acaba se tornando mais rápida: o que “bomba” hoje, amanhã já não ‘bomba’ mais”, pondera.

Priscilla Gomes, mãe de Luma, vê esse processo de perto. “A Luma começou a gostar de Rebeldes, Rouge, depois mudou tudo e começou a ouvir Oasis, Green Day, Red Hot Chilli Peppers, Justin Bieber e, quem diria, Beatles. A gente vai sentindo a diferença durante as viagens, já que ela monopoliza o som do carro”, ri. E completa: “Acredito mesmo que é tudo uma fase”.

Das celebridades que se multiplicam entre downloads, ficou provado: os jovens querem a diversão, não mais o ideário, o exemplo, o estilo de vida – como queriam os fãs de antigamente. Enquanto isso, vão se acumulando os pôsteres na parede do quarto, fadados a ganhar o escuro do armário a qualquer momento. Talvez por isso a expressão “ídolo de toda uma geração” não faça mais tanto sentido nos dias de hoje. (Diário do Pará)

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